o pó que nos
cobre
Sentada no velho sofá onde agora passa os dias, ante o olhar
circunspecto de um silencioso bancário, ouvinte de ocasião, uma mulher
disserta sobre a vida e a morte, sobre a trágica história da família que
a transformou, anos volvidos, na única herdeira de um património sem
interesse. O jardim, lá fora, arruinado pelos anos e pela incúria,
parece dar testemunho dessa ruína, com o seu tanque seco, as velhas
árvores despidas e os canteiros desprovidos de flores.
|